As virtualidades da epistemologia histórica só adquirem sua correta dimensão se referidas ao significado maior da própria epistemologia contemporânea. A crescente preocupação com problemas de ordem epistemológica nos diversos campos da atividade científica e na sua reflexão filosófica determinou a introdução desse tipo de análise nas discussões sobre a natureza do conhecimento histórico.
A “crise do conhecimento científico e filosófico no Ocidente”, a partir do séc. XVII, assando pela “crise da metafísica” no séc. XIX, culminando com a “crise do paradigma clássico” nas primeiras décadas do séc. XX, que questionou a arquitetura filosófica do idealismo, bem como as categorias e extrapolações da física newtoniana, provocou a perda dos referenciais absolutos e o questionamento de verdades até então incontestáveis, como as noções de Deus, Verdade, Razão, Belo, etc.
A crise do paradigma clássico refletiu-se de diferentes formas no campo da ciência histórica no séc XX, quer de forma direta, quer de forma indireta, mediada pela influencia de outras ciências humanas, como a economia, a sociologia, a antropologia, a psicologia ou a ciência política. O resultado tem sido discussões ambíguas e intensas sobre as transformações que exigem novas percepções epistemológicas por parte do historiador, como resposta à crise do historicismo, criticado por Popper como uma tendência determinista, cujas pretensões imperialistas são influenciadas pelos interesses políticos dos que pretendiam fazer do seu acesso ao poder uma “inevitabilidade histórica”.
Outras críticas ao historicismo contribuíram para a derrocada da noção de Verdade Absoluta dentro das ciências e, em particular, da ciência histórica; a exemplo da crítica nietzscheana à pretensão filosófica de impor padrões de racionalidade à vida histórica, tratando causticamente a crença evolucionista da sucessão linear – posteriormente desenvolvido por Foucault, ao relativizar os saberes uns em relação aos outros e recusar a visão historicista na história das ciências.
Considerando não haver mais uma Verdade e sim, verdades, dentro das ciências, o campo histórico sofreu redefinições teóricas e empíricas no séc. XX. Surge a corrente estruturalista, que busca o a-histórico nas relações e sociedades: elementos inalterados independentemente do tempo e lugar. Surgem também a New History americana, afirmando a subjetividade radical do conhecimento histórico positivista; o neo-idealismo (Croce e Collingwood), afirmando o caráter presentista e “contemporâneo” de todo conhecimento, inclusive histórico; além da Escola dos Annalles, propondo uma História Total, desvencilhada dos moldes cientificistas e economicistas da História Tradicional, através de novos métodos, problemas e abordagens.
Os novos olhares lançados sobre a História permitiram um alargamento temático dos estudos históricos, com uma efetiva abertura a outras áreas das ciências humanas, revelando uma descoberta revolucionária, quanto ao homem em sua dimensão social, que ainda não desencadeou todos os seus efeitos: a existência de diferentes níveis do real, de múltiplos processos e, portanto, de múltiplas explicações científicas e de “verdades contingentes” aos problemas, em detrimento de uma Verdade Absoluta.
A “crise do conhecimento científico e filosófico no Ocidente”, a partir do séc. XVII, assando pela “crise da metafísica” no séc. XIX, culminando com a “crise do paradigma clássico” nas primeiras décadas do séc. XX, que questionou a arquitetura filosófica do idealismo, bem como as categorias e extrapolações da física newtoniana, provocou a perda dos referenciais absolutos e o questionamento de verdades até então incontestáveis, como as noções de Deus, Verdade, Razão, Belo, etc.
A crise do paradigma clássico refletiu-se de diferentes formas no campo da ciência histórica no séc XX, quer de forma direta, quer de forma indireta, mediada pela influencia de outras ciências humanas, como a economia, a sociologia, a antropologia, a psicologia ou a ciência política. O resultado tem sido discussões ambíguas e intensas sobre as transformações que exigem novas percepções epistemológicas por parte do historiador, como resposta à crise do historicismo, criticado por Popper como uma tendência determinista, cujas pretensões imperialistas são influenciadas pelos interesses políticos dos que pretendiam fazer do seu acesso ao poder uma “inevitabilidade histórica”.
Outras críticas ao historicismo contribuíram para a derrocada da noção de Verdade Absoluta dentro das ciências e, em particular, da ciência histórica; a exemplo da crítica nietzscheana à pretensão filosófica de impor padrões de racionalidade à vida histórica, tratando causticamente a crença evolucionista da sucessão linear – posteriormente desenvolvido por Foucault, ao relativizar os saberes uns em relação aos outros e recusar a visão historicista na história das ciências.
Considerando não haver mais uma Verdade e sim, verdades, dentro das ciências, o campo histórico sofreu redefinições teóricas e empíricas no séc. XX. Surge a corrente estruturalista, que busca o a-histórico nas relações e sociedades: elementos inalterados independentemente do tempo e lugar. Surgem também a New History americana, afirmando a subjetividade radical do conhecimento histórico positivista; o neo-idealismo (Croce e Collingwood), afirmando o caráter presentista e “contemporâneo” de todo conhecimento, inclusive histórico; além da Escola dos Annalles, propondo uma História Total, desvencilhada dos moldes cientificistas e economicistas da História Tradicional, através de novos métodos, problemas e abordagens.
Os novos olhares lançados sobre a História permitiram um alargamento temático dos estudos históricos, com uma efetiva abertura a outras áreas das ciências humanas, revelando uma descoberta revolucionária, quanto ao homem em sua dimensão social, que ainda não desencadeou todos os seus efeitos: a existência de diferentes níveis do real, de múltiplos processos e, portanto, de múltiplas explicações científicas e de “verdades contingentes” aos problemas, em detrimento de uma Verdade Absoluta.